Oi pessoal.
Esta semana aqui em casa tivemos a visita da Fada dos Dentes. Depois da costumeira briga sobre puxar ou não o dente, se vai ou não doer, se deixar quietinho um dia ele cai e por aí vai, o P deixou eu passar pomadinha e só de encostar o dente caiu.
Daí vem a alegria dele, porque não doeu e porque vai ter visita da Fada dos Dentes. O Pedroca lavou o dentinho, acredito que até melhor do que se estivesse ainda na boca, e colocou na almofadinha da Fada dos Dentes. Depois disso, era só aguardar ansioso pela chegada da fadinha; que felizmente e graças ao meu marido que lembrou no outro dia pela manhã, não falhou na visita.
Particularmente adoro essas fantasias infantis, aqui em casa tem Papai Noel, Coelho da Páscoa e, é claro, a Fada dos Dentes. No que eu puder contribuir para esse imaginário, contribuo, pegadas de coelho, cartinha pro Papai Noel e do Papai Noel, acho tudo isto muito rico e lúdico. Acredito que é um incentivo à imaginação, a um reino mágico de fantasia.
Não sei se vocês já tiveram a oportunidade de ver as mensagens de Natal da Bauducco. No ano passado, através do site criado por eles, nós pais, informávamos o nome da pessoa que receberia a mensagem, contávamos alguma coisa sobre ela, fazíamos o upload de algumas fotos, dizíamos o que ela queria ganhar e o que deveria melhorar e pronto…a pessoa recebia um e-mail dizendo que havia uma mensagem do Papai Noel para ela. Aberta a mensagem, lá vinha o bom velhinho conversar com a pessoa, dizia seu nome, mostrava as fotos, o pedido do presente, o puxãozinho de orelha e encerrava desejando um feliz Natal. Achei linda, delicada, emocionante. Conheço várias pessoas que a enviaram para adultos que, por sua vez, se emocionaram. Lembro bem da reação do Pedroca ao ouvir o velhinho falando seu nome, mostrando fotos em que ele estava; ele ficou sem fala. Parabéns para a Bauducco, acertaram de novo.
Talvez por ter crescido lendo livros, envolta em inúmeras histórias fantasiosas com planetas com baobás, bonecas de pano falantes, sapos que viviam dentro de corações e muitas outras criações que me faziam companhia, colaborar com esse imaginário sempre me pareceu muito natural.
Minha irmã conta que quando meu sobrinho era pequeno, derrubou o dentinho recém caído dentro da pia do banheiro. Ficou tão triste, tentou de todas as maneiras salvar o dente mas não havia jeito. A solução? Minha irmã e ele escreveram uma carta para a Fadinha contando o ocorrido, em riqueza de detalhes; na manhã seguinte lá estava o dinheirinho da fada.
Lembro-me de uma vez conversar com um amigo e ele dizia que na casa dele não tinha nada disso, que fazer a criança acreditar no que não existe era uma afronta, que um dia ela descobriria e ficaria triste, se sentiria traída. O filho dele era criado “com os pés no chão” como ele dizia. Na época, nossa discussão ficou tão acalorada por termos pontos de vista tão diferentes, que não nos falamos por uns dias.
As crianças vão descobrir a verdade? Certamente que sim. Vão ficar frustradas? Talvez sim, talvez não. Não carrego nenhum trauma por ter descoberto que nada disso existia e que meus pais eram, de fato, os protagonistas dessas histórias.
E vocês? Como vocês lidam com essas fantasias? Têm alguma lembrança de coelhos e velhinhos?
Se tiverem, contem pra gente pois queremos saber.
Ah, a propósito, lembra daquele meu amigo com o filho “pés no chão”? Pois bem, no ano passado nos encontramos e ele me contou que o filho, agora com seus 20 e poucos anos, virou escritor. Conta histórias incríveis e mirabolantes. Sorri, meu amigo também.
Beijos e até a próxima!